top of page

Heinz Kohut, 112 anos: o legado do pai da Psicologia do Self

Atualizado: há 4 dias

Em 3 de maio de 1913, nascia em Viena, na Áustria, Heinz Kohut, uma das figuras mais originais e transformadoras da psicanálise no século XX. Em 8 de outubro de 1981, ele morreu aos 68 anos, deixando um grande legado. Em outubro 2025, completam 112 anos de nascimento, uma oportunidade para reverenciar sua trajetória, mas também para reconhecer o impacto profundo e atual de suas ideias – especialmente no Brasil, onde sua obra vem sendo estudada e difundida há mais de duas décadas pela ABEPPPS – Associação Brasileira para o Estudo da Psicologia Psicanalítica do Self.


112 anos Heinz Kohut: legado e influência
112 anos Heinz Kohut: legado e influência

Uma virada teórica e humana


Inicialmente vinculado à tradição freudiana, Kohut rompeu com os fundamentos clássicos da psicanálise ao perceber que muitos dos pacientes que atendia não respondiam bem às interpretações baseadas no conflito pulsional. Com escuta clínica refinada e um olhar inovador, desenvolveu a Psicologia do Self, uma abordagem que desloca o foco da análise do conflito entre instâncias psíquicas para a formação e consolidação da identidade e da autoestima do indivíduo.


A partir de conceitos como self, self-objetos, empatia e narcisismo saudável, Kohut abriu caminhos para o tratamento de sofrimentos psíquicos antes considerados intratáveis, especialmente os relacionados à fragmentação da personalidade e à ausência de experiências relacionais fundamentais no desenvolvimento emocional.


Empatia como fundamento clínico e social


A grande revolução proposta por Kohut foi a valorização da empatia como ferramenta diagnóstica, terapêutica e ética. Para ele, não há cura sem a capacidade de o analista colocar-se no lugar do paciente de modo profundo e genuíno. Esse gesto de escuta e reconhecimento torna-se, então, reparador e estruturante – não apenas no setting analítico, mas em todas as esferas da vida humana.


Em um mundo cada vez mais marcado por rupturas, isolamento e crises de identidade, as ideias de Kohut oferecem chaves valiosas para pensarmos as relações humanas, a saúde mental e até os desafios coletivos da atualidade. Sua obra segue relevante ao nos lembrar que todo sujeito precisa ser espelhado, acolhido e compreendido para se desenvolver plenamente.


ABEPPPS: 23 anos difundindo Kohut no Brasil


No Brasil, o pensamento de Heinz Kohut encontrou terreno fértil para florescer graças ao trabalho da ABEPPPS, fundada em 2001, no Rio de Janeiro. Completando 23 anos de atuação em 2024, a associação tem se dedicado a promover a Psicologia do Self por meio de ações consistentes de formação, pesquisa, divulgação e articulação institucional.


Além de preservar e transmitir o legado de Kohut, a ABEPPPS atua também como polo de reflexão crítica sobre o lugar da clínica e da escuta empática no Brasil contemporâneo.


Um legado vivo


Celebrar os 112 anos de Heinz Kohut é reconhecer não apenas a genialidade de um autor, mas a potência transformadora de uma abordagem que valoriza o vínculo, a escuta e a subjetividade. É também valorizar o trabalho de instituições como a ABEPPPS, que mantêm esse legado vivo, pulsante e em diálogo com os desafios clínicos e sociais do nosso tempo.


Como disse Kohut:


“A empatia não é uma técnica. É a base da compreensão humana.”

E é essa base que seguimos cultivando – em nossos estudos, em nossas escutas e em nossa prática.


Confira outras informações da ABEPPS:


 
 
 

Comments


bottom of page