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Nahman: um legado para a psicanálise contemporânea

Foto do escritor: abeppsorgbrabeppsorgbr

Atualizado: 24 de fev.

Há um ano, nos despedimos de Nahman Armony, psiquiatra, psicanalista e pensador cuja obra marcou os estudos sobre subjetividade, saúde mental e os desafios da contemporaneidade. Sua trajetória acadêmica e profissional, construída ao longo de décadas, deixa um legado de reflexões e contribuições indispensáveis para a compreensão da psicanálise e sua relação com o mundo moderno.


A Associação Brasileira para o Estudo da Psicologia Psicanalítica do Self presta esta homenagem a Nahman Armony, reconhecendo sua inestimável contribuição para o campo da psicanálise e sua capacidade de transformar a forma como compreendemos a mente humana e suas complexidades.


A trajetória de um pensador


Formado em Medicina pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), Armony especializou-se em Psiquiatria e, ao longo de sua carreira, consolidou-se como referência na psicanálise. Foi filiado à ABEPPS, ao Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro (CPRJ), à Sociedade Psicanalítica Iracy Doyle (SPID) e à International Federation of Psychoanalytic Societies (IFPS). Além disso, doutorou-se em Comunicação pela Escola de Comunicação da UFRJ (ECO), evidenciando seu interesse em conectar diferentes áreas do conhecimento.


Atuou como professor em diversas instituições, como a PUC-Rio, a Universidade Santa Úrsula e a Estácio de Sá, formando e influenciando novas gerações de profissionais da psicanálise e da psiquiatria. Também é autor de livros como Borderline: uma outra normalidade (Revinter, 2010. 2ª ed. aumentada).


Contribuições para a Psicanálise


A obra de Nahman Armony é vasta e multifacetada, abrangendo livros, artigos e participações em eventos acadêmicos. Entre suas principais publicações, destacam-se:


  • Psicanálise: da interpretação à vivência compartilhada (1989)

  • Borderline: uma outra normalidade (1998, 2010)

  • O Homem Transicional: Para Além do Neurótico & Borderline (2013)


Seus escritos exploram temas como identidade, subjetividade pós-moderna e os desafios da psicanálise na contemporaneidade. Em O Homem Transicional, Armony propõe uma reflexão sobre a emergência de uma nova subjetividade, superando os modelos tradicionais da neurose e do borderline. Seu olhar clínico e teórico dialogava com pensadores como Freud, Winnicott, Foucault, Nietzsche, Bauman e Lipovetsky, ampliando o escopo da psicanálise para além dos limites clássicos.


Borderline e a Subjetividade Hipermoderna


Uma de suas contribuições mais relevantes foi o aprofundamento sobre o conceito de borderline como um paradigma da subjetividade hipermoderna. Diferente da repressão característica do neurótico freudiano, Armony destacava a clivagem e a "identificação dual-porosa" como marcas fundamentais do sujeito contemporâneo. Para ele, a hipermodernidade não substituiu a modernidade, mas a levou a seus extremos, resultando em novas configurações do sofrimento psíquico.


A teoria de Armony apresenta o borderline não apenas como um diagnóstico clínico, mas como um modelo de funcionamento psíquico que reflete as transformações sociais e culturais dos últimos séculos. Sua abordagem clínica propunha um olhar ético e integrador, valorizando o acolhimento e a construção de um espaço potencial para o desenvolvimento subjetivo.


Reflexões Sobre Relações Humanas


Além de sua produção acadêmica, Nahman Armony também refletiu sobre as dinâmicas das relações humanas, trazendo à tona temas como os desafios dos relacionamentos amorosos e os dilemas da convivência. Seus textos abordam desde a necessidade de aceitação das diferenças até os mecanismos inconscientes que regulam conflitos cotidianos. Sua visão sobre o amor, o desejo e a comunicação interpessoal continua relevante, oferecendo insights sobre como lidamos com afetos e incertezas na sociedade contemporânea.


Um Legado Vivo


Mesmo após sua partida, Nahman Armony permanece como uma referência essencial para a psicanálise. Seus livros, artigos e vídeos disponíveis na internet continuam a inspirar profissionais, estudantes e pesquisadores. Seu pensamento inovador e sua abordagem sensível à subjetividade humana deixam um legado que transcende o tempo e segue influenciando gerações.

 

>>> vídeos

 

📺 Separamos alguns vídeos com suas reflexões sobre afetos, repressão, saúde mental e criatividade. Vale a pena assistir!

 

▶ A repressão é a principal causa da neurose🔗 https://www.youtube.com/watch?v=xu7EHkeiTgw

▶ Saúde Mental no Século XXI🔗 https://www.youtube.com/watch?v=Hrd8NlgL4_Y

▶ Criatividade e Saúde na Pós-modernidade🔗 https://www.youtube.com/watch?v=Y26fnDtvwJU

▶ Rabiscos com Winnicott🔗 https://www.youtube.com/watch?v=ZTVoad-UoeE


>>> Produções bibliográficas

 

  • Bem-estar e Mal-estar do Homem Moderno e Pós-Moderno

  • Borderline: uma outra normalidade

  • Borderline, identificação e subjetividade pós-moderna

  • Borderline e espaço potencial winnicottiano

  •  Countertransference: obstacle and instrument

  • Confrontando Winnicott com os azares da hipermodernidade

  • De Édipo a Narciso

  • Dinamismos em psicanálise

  • Neutralidade em Psicanálise

  • O Anverso e o Verso

  • O Homem Transicional - Para Além Do Neurótico & Borderline

  • O homem Transicional - subjetividades em transformação

  • O Self e o Ego

  • Passageiro do tempo

  • Posturas terapêuticas na prática clínica

  • Pensando em Torno do Sofista de Platão

  • Psicoanalisis: teoria o mito? Metáfora o concepto?

  • Psicanálise: da interpretação à vivência compartilhada

  • Transformações das relações amorosas na passagem do milênio

  • Um olhar ético atual produtor de antigos e contemporâneos processos de subjetivação

  • Van Gogh, anunciador de uma nova masculinidade

  • Winnicott: Seminários Cariocas

 

>>> Blog o Nahman


  

📌 Compartilhe com quem aprecia a psicanálise e a obra de Nahman Armony!

 





 
 
 

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